Blog A coruja

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Tudo que sei é que nada sei...


O célebre sábio antigo, Sócrates, nem sempre havia sido conhecido por sábio. De fato, chegou a servir como soldado e constituir família, como tantos outros atenienses. Foi somente quando leu no oráculo em Delfos o "conhece-te a ti mesmo" que teve um insight, uma iluminação interior, e resolveu dedicar o final de sua vida ao autoconhecimento.

Porém, me parece interessante que não tenha se isolado para se autoconhecer, tanto oposto disso: preferiu dialogar com jovens atenienses, e através desses diálogos pode não somente conhecer-se melhor, mas também aprender a complexa arte de julgar "quem é sábio, e quem apenas se julga sábio".

Frequentemente, os ditos "sábios" se entrincehiram no cume de sua suposta sabedoria, e passam a atacar todos aqueles que, ao aproximar-se, demonstram certa ignorânica. Dizem eles: "Você não é digno de estar entre nós, é muito ignorante." - "Vá estudar o básico de filosofia, ciências e política, depois retorne." - "Para mim é um suplício ter de dialogar com alguém tão ignorante." - ou ainda "você está além de qualquer salvação, nunca poderá ser um sábio como nós."

Ora, e o que Sócrates descobriu? Que os ditos "sábios", nada mais eram que seres cheios de idéias pré-concebidas, ou tanto pior, conceitos monolíticos que não admitiam diálogo, verdadeiros dogmas das idéias... Descobriu que para ser realmente sábio, era preciso aprender a compreender as diversas formas nas quais a sabedoria se apresenta: no olhar atento de um jovem ainda livre de preconceitos, nas sutis e harmônicas leis da Natureza, no conceito de se estar sempre ao mesmo nível de todos - não por ser igualmente ignorante, mas antes por ser o mais interessado em aprender com tudo a sua volta...

O tão criticado "tudo que sei é que nada sei", portanto, é apenas uma fórmula para que possamos nos harmonizar com o brilho dos outros, se for o caso. Caso nossa sabedoria brilhe muito a primeira vista, pode assustar, afinal todos os ditos "sábios" costumam tratar aos "ignorantes" de forma um tanto grosseira. A sabedoria verdadeira está em, sendo sábio, reconhecer que não é sábio o suficiente para que possa ignorar o aprendizado possível, o aprendizado que se encontra nos diálogos, nas amizades, no convívio e no amor, para com todos os outros que nos cercam, sejam sábios, sejam ignorantes, sejam apenas ignorantes que se julgam "muito sábios" - não importa, todos são possibilidades infinitas de aprendizado.

O cérebro humano tem tantos neurônios quanto estrelas há no céu. Não importa para onde olhemos: para o alto, ou para dentro, tudo é sagrado. Amar o saber, antes de mais nada, é reconhecer que nunca saberemos o suficiente, que não possamos aprender algo a mais. Sócrates sabia. Sócrates não se "julgava sábio", ele o era, realmente, e não se preocupava em alardear isso aos quatro ventos.

O homem é livre para escolher seu destino?


Livre-arbítrio é a crença ou doutrina filosófica que defende que a pessoa tem o poder de escolher suas ações.
A expressão costuma ter conotações objetivistas e subjetivistas. No primeiro caso indicam que a realização de uma ação por um agente não é completamente condicionada por fatores antecedentes. No segundo caso indicam a percepção que o agente tem que sua ação originou-se na sua vontade. Tal percepção é chamada algumas vezes de "experiência da liberdade".
A existência do livre-arbítrio tem sido uma questão central na história da filosofia e na história da ciência. O conceito de livre-arbítrio tem implicações religiosas, morais, psicológicas e científicas. Por exemplo, no domínio religioso o livre-arbítrio pode implicar que uma divindade onipotente não imponha seu poder sobre a vontade e as escolhas individuais. Em ética, o livre-arbítrio pode implicar que os indivíduos possam ser considerados moralmente responsáveis pelas suas ações. Em psicologia, ele implica que a mente controla certas ações do corpo.